Só isso importa nos seus 18-25 anos (o resto é bobagem)
Estou escrevendo isso por ser um assunto que já venho querendo comentar há algum tempo, também é algo que muitas pessoas estão passando.
Se você abriu essa newsletter e está lendo ela agora, provavelmente está passando por essa fase da vida também. Talvez esteja aqui para buscar uma solução definitiva ou algum norte que você possa seguir. Mas vamos por partes:
Essa conversa que vamos ter é sobre o que de fato importa na casa dos 20 e poucos anos que vai mudar sua perspectiva e talvez até acelerar um pouco sua jornada de vida. Eu queria poder escrever tudo que eu pensei sobre esse assunto (eu tentei), mas não dá — senão eu vou precisar escrever uma segunda Bíblia. Por isso, tentei colocar só as coisas mais importantes de fato. Prometo que, ao final dessa leitura, você vai sair muito mais leve e direcionado.
A verdade que ninguém conta!
"Ninguém está mais estressado que um jovem de 18-25 anos que acha que seu tempo está acabando." Li essa frase no Instagram esses dias e mexeu muito comigo, pois é algo que acontece com todo mundo — e eu me incluo nisso. É a bendita "crise dos 20 anos!" Ela não é uma doença ou um caso psicológico. Como o nome já sugere, é só uma crise!
Nessa idade de transição da adolescência para a vida adulta, precisamos estar constantemente tomando decisões importantes para nossa vida, que acabam gerando angústia.
Jean-Paul Sartre diz: "Todo ser humano é escravo da sua liberdade."
— Uma vez que somos lançados no mundo, somos prisioneiros da condição de sermos livres. E o que isso significa? Significa que, o tempo todo, temos que fazer escolhas. E o ato de escolher gera angústia. Por quê? Porque, no momento em que fazemos uma escolha, deixamos de escolher outras. E ficamos reféns da nossa própria decisão. Sempre que escolhemos, haverá consequências positivas e negativas.
Sair do emprego para empreender
Você pede demissão para abrir um negócio próprio. Positivo: liberdade, controle do próprio tempo, possibilidade de mais lucro no futuro. Negativo: instabilidade, pressão financeira, medo de fracasso. Angústia: “E se não der certo? E se eu estivesse melhor como CLT?” A liberdade de empreender cobra o preço da responsabilidade total sobre os próprios erros.
Mudar de cidade ou país
Você se muda em busca de novos horizontes. Positivo: novas experiências, amadurecimento, novas conexões. Negativo: saudade, distância da família, insegurança com o novo. Angústia: “E se eu não me adaptar? E se eu me arrepender?” Ser livre para ir exige coragem para lidar com as perdas que vêm com isso.
Jean-Paul Sartre chamou isso de “condenação à liberdade”:
“Estamos condenados a ser livres.” Ou seja: não escolher é impossível — e cada escolha nos marca, porque também define tudo o que deixamos para trás. E, nessa fase, nossas escolhas são muito determinantes para o decorrer da nossa vida. É isso que também acaba gerando essa crise. A vida adulta impõe pressões que a sociedade coloca na gente, pois espera algo de nós.
Exemplo: se você tem 20 anos, já deve ter escutado:
"E aí, vai casar quando?"
Se já tiver casado: "E o primeiro filho, quando vem?"
Se você não for casado e morar com seus pais: "Quando é que você vai sair da casa dos seus pais?"
Particularmente, odeio isso com todas as minhas forças. Quando uma pessoa vem com essas perguntas pro meu lado, eu fico maluco — mas faz parte, deve ser a programação humana mesmo. Em todo momento somos cobrados, isso gera ainda mais cobrança interna. (As cobranças externas geram cobranças internas.)
Comparações desnecessárias e como fugir disso
Nessa idade, nós nos comparamos o tempo todo e também buscamos validação constantemente. Somos quase guiados pelo ego nessa fase. Primeiro buscamos validação dos nossos pais, depois dos amigos, das mulheres e da sociedade em geral. E nem se fala da comparação causada pela maldita internet... Antigamente, a gente tinha um escopo de comparação com pessoas do nosso convívio — e hoje em dia, com a internet, nos comparamos com pessoas de todo o mundo. As comparações podem sim ser BOAS. Mas, na maioria das vezes, são ruins. Por quê? Porque cada pessoa possui sua própria história, sua própria linha de largada, seus próprios desafios, seus próprios traumas.
Ou seja: o contexto de ninguém é igual.
(Mas a gente acaba não ligando pra isso, não é verdade? Só nos importamos em ver a vitória do outro sem olhar para o caminho que ele teve de percorrer.) Então, não é porque aquele cara de 20 anos no Instagram está milionário e tem uma Ferrari que você precisa ter também.
Como eu disse: cada um tem sua linha de largada.
Você só viu a conquista — talvez o pai dele seja milionário e tenha dado a ele aquela simples Ferrari de presente.
Ou ele herdou uma riqueza de um tio.
Ou abriu um OnlyFans.
Ou trabalhou muito também e conquistou tudo aquilo.
Só não muda o fato de que cada um teve sua linha de partida.
E, na maioria das vezes, quando paramos para nos comparar, escolhemos pessoas que supostamente estão “melhor”, “mais evoluídas” que a gente. Evite comparações. Entenda que você precisa alcançar escolhas mais saudáveis dentro do que a sua vida te apresenta.
O guia para sair dessa crise:
Eu sei o que você queria ouvir desde o começo: "O que eu preciso fazer para me encontrar?"
A resposta é: Você se constrói. Aos poucos.
Construção de hábitos âncora
Um dos pré-requisitos que eu considero importantíssimo é criar hábitos âncora! Mas você vai me perguntar: "O que caralhos são hábitos âncora?"
Simples: são hábitos que desencadeiam outros bons hábitos.
Exemplo: se pela manhã você decide ir treinar, é pouco provável que, no café, você escolha comer uma coxinha e que, no almoço, você escolha comer uma lasanha. É mais provável que sua alimentação tenha uma tendência a ser um pouco mais saudável, porque, no começo do dia, você resolveu ser mais saudável. Se você começa o seu dia comprometido com uma leitura, ao invés de pegar o maldito celular e ir rolar o feed do Instagram, provavelmente você se sentirá mais disposto a fazer suas tarefas e procrastinar menos. Eu comecei a incluir isso na minha rotina e tem sido muito bom pra mim!
Nessa fase da vida, você precisa começar a ter mais respeito pelo seu corpo — Exercícios físicos e alimentação saudável são compromissos que não devem ser desafios, quem não consegue arrumar tempo para cuidar da saúde, terá que arrumar tempo para cuidar da doença.
Você não precisa ser um triatleta, não precisa ser um fisiculturista, não precisa comer limpo todas as refeições da sua vida. Mas, se você conseguir cumprir isso talvez em 80% da sua vida, é bem provável que você tenha uma velhice mais saudável e menos comprometida! A construção de hábitos âncora nessa fase da vida é muito importante — porque, se construirmos esses hábitos agora, eles se tornam de fato parte da nossa vida.
Imagina aí: o resto da sua vida, você estará acostumado a se exercitar, a se alimentar bem... Comprometa-se em criar hábitos âncora que vão te trazer benefícios incalculáveis!
Viver experiências enriquecedoras
Nessa fase dos 20 anos, viva experiências enriquecedoras. Eu parto da premissa que, nessa fase da vida, somos mais livres e temos mais tempo para corrigir uma decisão errada ou precipitada.
Quando uma criança cai no chão, ela não tem muita chance de se quebrar, só se o tombo for muito feio — mas faz parte. Na maioria das vezes, é só um arranhão. Ela se levanta e volta a brincar.
Agora, quando a gente já é adulto, a chance da gente cair e se quebrar é muito maior — e, quando somos idosos, nem se fala. É capaz de cairmos e nem levantarmos mais.
O que eu quero dizer com esse exemplo: nessa fase, somos a criança ainda. Temos margem pra cair e levantar sem muitos problemas — mas, com o passar do tempo, isso vai ficando mais perigoso.
O fato de viver novas experiências, de ter o contato com novas culturas, pessoas, ambientes, pode mudar sua vida e a forma como você enxerga o mundo. Amplie seu horizonte!
Não seja ignorante – estude
Não seja um ignorante. Eu não estou falando de você ser uma pessoa grossa e sem educação (é claro que você não deve ser esse tipo de pessoa — isso é um requisito básico para ser um ser humano!).
Estou dizendo para não ser ignorante intelectualmente.
Tenha repertório. Uma pessoa que não estuda é limitada, monotemática, desinteressante.
Não seja aquela pessoa que chega na roda de amigos e só sabe falar de futebol e mulher, que não consegue desenvolver um diálogo que não seja especificamente da área que ele conhece.
Seja alguém interessante de se conversar.
O conhecimento abre portas e estar preparado para elas é essencial — ele pode colocar você em mesas que talvez você nunca conseguiria chegar. Então, não seja um ignorante. Estude, se desenvolva como ser humano, crie repertório, seja uma pessoa que sabe conversar de tudo um pouco. Às vezes, é bom ser generalista no sentido de não estar limitado apenas a um assunto.
Inteligência emocional
Desenvolver inteligência emocional antes dos 30 anos é um grande diferencial. Essa é a fase ideal para resolver questões emocionais, relações interpessoais e a forma como você lida com as pessoas e com o mundo. Embora o amadurecimento possa continuar ao longo da vida, chegar aos 40 anos com instabilidade emocional e dificuldade em manter relacionamentos é algo constrangedor e limitante. A maturidade emocional é a base para o amadurecimento em outras áreas. Sem ela, é difícil progredir de forma saudável. Para isso, é essencial:
Aprender a ter conversar difíceis
Não ser uma pessoa problemática ou reativa.
Ouvir críticas de forma honesta e refletir se fazem sentido.
Evitar viver sempre na defensiva.
Reconhecer quando está projetando medos e desconfianças nas pessoas.
Conversas difíceis facilitam sua vida. Toda conversa difícil faz com que você pelo menos escolha um caminho, mesmo que seja lidar com a dor, festejar ou construir algo, é mais rápido. Eu não acredito que precisamos sofrer na vida, mas existem conversas que não valem a pena fugir, por mais difíceis que elas sejam. A inteligência emocional nos liberta de relações tóxicas, dependências emocionais e comportamentos autodestrutivos. Ela é o que nos torna adultos funcionais, maduros e capazes de viver com equilíbrio.
Inteligência financeira
A inteligência financeira é uma das formas mais poderosas de conquistar liberdade na vida. Você não precisa ser um especialista, apenas entender e aplicar o básico já é suficiente para transformar sua realidade ao longo do tempo.
O essencial é:
Gastar menos do que ganha.
Criar uma reserva de emergência.
Ter noções mínimas de investimento.
Esses passos te ajudam a construir patrimônio e, com isso, você ganha poder de escolha — como sair de um emprego ruim, ajudar alguém importante ou enfrentar imprevistos com segurança. Ter essa margem financeira evita que você fique preso a situações injustas ou prejudiciais apenas por necessidade. Saber o básico sobre finanças pessoais é o que garante **autonomia, segurança e liberdade para viver melhor.**
Encarar adversidades com leveza
Ainda conectado ao tema da Inteligência Emocional, o meu conselho pra você é: encare as adversidades com mais leveza. Porque, na real, os obstáculos que aparecem na nossa vida geralmente não são tão grandes quanto parecem.
Eu sei... às vezes é difícil enxergar isso — e confesso que eu também tenho dificuldade de encarar desse jeito.
A gente tem o costume de catastrofizar tudo. Criamos na cabeça um cenário onde tudo dá errado. E o mais louco? Na maioria das vezes, nada disso acontece. E se acontecer... não é o fim do mundo.
Epicteto diz: "Se o problema possui solução, não devemos nos preocupar com ele. E se não possui solução, de nada adianta nos preocuparmos"
Lembre-se: você ainda tem 20 anos. Existe muita oportunidade pela frente. Muita chance de recomeçar, corrigir decisões erradas e de fazer diferente.
Arrisque-se
O conselho mais importante para quem está nos 20 e poucos anos é: arrisque-se. Esse é o momento ideal para correr atrás dos seus sonhos e objetivos mais ousados, especialmente porque você ainda tem menos responsabilidades e menos a perder. Mesmo que pareça difícil ou que você não alcance exatamente o que sonhou, tentar é fundamental. A dor do arrependimento por nunca ter tentado é muito maior do que a dor do fracasso. No final da vida, olhar para trás e perceber que você sequer tentou viver o que desejava é muito mais amargo do que ter tentado e não ter conseguido.
Nos 20 anos, se você “perder tudo”, na verdade não perdeu muito — porque ainda está construindo.
Então, aproveite essa fase com sabedoria, coragem e inteligência. Vá atrás do que realmente importa pra você.
Estude, aprenda, aumente seu repertório — assim, as chances de conquistar o que você quer aumentam muito.
Espero que esse texto possa ter te ajudado de alguma maneira e clareado sua mente! Se gostou e ainda não me segue, considere se inscrever! Aqui Trago assuntos semanais sobre a vida em geral e o que vier na minha mente!
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